O Herói de Mil Faces - Joseph Campbell

Resumo GoodReads: Apolo, Thor, Buda e outros numerosos protagonistas das religiões, mitologias, contos de fada e do folclore universal representam simultaneamente as várias fases de uma mesma história. O relacionamento entre seus símbolos intemporais e os detectados nos sonhos pela moderna psicologia profunda é o ponto de partida da interpretação oferecida por Joseph Campbell reconhecidamente, um dos maiores estudiosos e mais profundos intérpretes da mitologia universal, neste clássico obrigatório para compreender esse monomito que é a jornada do herói.

★☆☆☆☆

Vou admitir que o livro ganhou de mim. Desisti de continuar lendo depois de chegar na metade.

Não que o conceito de um monomito não fosse interessante o suficiente para ler o livro até o final. Campbell ainda faz a questão ser mais interessante ligando os pontos e conceitos do monomito com questões sociais e psicológicas reais.

Acontece que Campbell, para provar seu ponto, basea-se em mitos não comuns ao ocidente. Se o monomito fosse 100% correto, não importaria a origem do mito, haveriam interligações com mitos conhecidos daqui; entretanto, 95% dos mitos citados são orientais, não difundidos: mitos japoneses (nada como Musashi), muçulmanos, africanos, aborígenes (da Austrália)... O que levanta a questão de quão difundido é o mito ou, caso você esteja usando o "chapéu de ceticismo", se o mito realmente existe ou se Campbell criou apenas para provar um ponto.

Mitos como os gregos conhecidos -- Hércules e seus 12 trabalhos, por exemplo -- não são falados; Buda aparece, mas em coisas que apenas um budista conheceria; Jesus aprece de relance... Tudo isso torna difícil acreditar que os pontos são reais.

Os pontos em si são complexos de serem explicados, justamente por causa da base psicológica e sociológica presente. Nesse ponto é onde surge um mito não popular que deve ser contado. E assim você está lendo 4 páginas já sobre um mito e esqueceu completamente o ponto que o autor queria chegar. Ou então é apenas uma continuação de um mito começado dois capítulos atrás, que você já esqueceu os pormenores que fazem com que o ponto faça sentido.

Ainda: O texto original é de 1949, um tempo em que escrever bem significava escrever muito. Existem parágrafos gigantescos de uma frase só e páginas inteiras que são apenas um parágrafo. A tradução de 1989 não ajuda nem um pouco e a combinação dos dois simplesmente te faz perguntar o que diabos o autor e o tradutor fumaram durante seus trabalhos.

O monomito parece ser realmente correto, mas para isso existem filmes de 3 minutos que conseguem explicar todos os pontos de forma sucinta e com mitos comuns hoje. Veja os filmes e esqueça o livro.